O que é Psicoterapia Psicanalítica em relação à Psicanálise?
Apresentamos um breve resumo da evolução da psicanálise, como teoria e como terapia, a partir da estrutura unitária criada por Freud, durante toda sua vida, até o mundo metapsicologicamente pluralístico no qual vivemos hoje.
O desenvolvimento das psicoterapias psicanalíticas a partir de sua origem teórica, a psicanálise surgiu inicialmente como uma adaptação coerente dos conceitos psicanalíticos às exigências clínicas de pacientes não considerados indicados para a psicanálise, mas evoluiu para um campo de relacionamento multifacetado com seu ancestral psicanalítico.
Essas definições nos remete à fala de Freud em 1914 estabelecendo que qualquer psicoterapia que reconhecesse os dois fatos, da transferência e da resistência, e os tomasse como seu ponto de partida poderia dominar-se psicanálise.
Assim, a psicoterapia psicanalítica seria o procedimento que reconhece a transferência, a resistência e a interpretação e os utiliza racionalmente na psicoterapia.
Esta é a Psicoterapia Psicanalítica cujos objetivos são: catarse, manipulação (no sentido de redirecionar estados emocionais existentes no paciente ou expô-lo a novas experiências), insight por meio do esclarecimento, insight por meio da interpretação, e a resolução dos sintomas. Além disso, a técnica das psicoterapias psicanalíticas é a associação livre e seus dispositivos são: a neutralidade, o manejo da transferência, entre outros e a interpretação como veículo principal do papel do psicoterapeuta.
A questão da relação entre psicanálise e psicoterapia psicanalítica é ainda importante na prática. A técnica psicanalítica deve ser empregada tanto quando possível, mesmo se o paciente vier com menos frequência às sessões, usar a cadeira em vez do divã, não estiver empenhado com um tratamento mais longo, seja mais comprometido do que o paciente considerado analisável.
Nesse ponto, o CEFAS oferece o curso de Especialização em “Psicoterapia psicanalítica de adulto, criança e adolescente” para designar toda aquela abordagem terapêutica que não interpreta sistematicamente a transferência.Isto é o que Knight originalmente, e Gill, depois dele, chamaram nas décadas de 1940 e 1950 de “psicoterapia de orientação psicanalítica”.
A experiência do CEFAS hoje, é de que é possível traçar uma linha entre as duas (psicanálise e psicoterapias psicanalíticas), conforme resumido pelos protagonistas psicoterapeutas analistas no simpósio de 1979, que chamaram de terceira era na história dessa relação, a era atual do consenso.
Atualmente, mais de 40 anos depois do surgimento desse consenso, a natureza da psicoterapia psicanalítica (o que a define e a constitui, como se relaciona com, ou é diferenciada da própria psicanálise), torna-se crescente foco no relacionamento psicanalítico. Como fator principal na mudança da nossa compreensão sobre a própria essência da terapia psicanalítica pode ser considerado sob uma variedade de rúbricas: o foco na aliança terapêutica ou na aliança de tratamento, como componentes principais do relacionamento psicoterapêutico.
Todas essas formas de conceitualização, o processo de mudança na psicanálise, tornaram progressivamente mais difícil traçar diferenciações entre a chamada psicanálise e as variedades de psicoterapia psicanalítica.
Por outro lado, passamos a viver em um mundo de crescente diversidade psicanalítica, de muitas diferentes metapsicologias psicanalíticas – psicologia do ego dos dias atuais; teoria do conflito contemporâneo; objeto-relacional; escola britânica; psicologia do self; relacional ou intersubjetiva, etc.
Assim, esta é uma descrição da evolução do relacionamento das psicoterapias psicanalíticas com sua antepassada psicanálise, desde as primeiras elaborações, há mais de meio século.
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