O Mal Estar e a perda da aquisição do Superego: a fundação da perversão como a nova identidade humana
Prof. Ivan Capelatto
Psicólogo, Psicanalista e Mestre em Psicologia pela PUCCAMP
No ano de 1929, Freud escreve e publica em 1930, um de seus mais completos escritos e análise sobre o homem e suas pendências. A “busca pela felicidade”, tema central desse escrito, mostra como muitas formas de busca e de conceitos (filosóficos, religiosos, sociais, etc) foram formulados na ânsia de se ter uma resposta coerente e feliz sobre a vivência humana na Terra. Como essa felicidade é impossível, o homem traça caminhos o homem traça caminhos para contornar sua impotência: tenta fugir da infelicidade mudando de terras e de vícios, busca a química como o anestésico de seu mal estar e desamparo, parte para o Princípio do Prazer, desafiando regras, leis, normas e o nome do Pai, que já não tem mais valia. Passa a negar a Neurose, única esperança para sua complacência com a vida, e, assim, ao negar à Neurose à sua coexistência de seu tripé fundamental – Raiva, Medo e Culpa – destrói a formatura de seu Superego, deixando seu Ego frágil e submetido às exigências do Id, construindo a personalidade perversa, cujo prazer é repetir, compulsivamente “quereres psíquicos” (Não Desejos), buscando objetos, o gozo sexual tirado de qualquer parte do corpo do outro ou de objetos, coisas, etc. Não há cura psicanalítica para as perversões (psicopatia na linguagem psiquiátrica e jurídica), e sim um apelo educativo ou uma nova postura social. Como não existe um Superego funcionante, não existe o controle tão necessário que a Neurosa oferece como saída para o homem. E Freud descobre a Pulsão de Morte, equivalente ao “desejo” de morte e de autodestruição, onde a falência da Neurose irá encontrar possíveis respostas para o fim da vida, agora insuportável.
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